9/03/2009

O Processo de criação...


        Todo processo de criação seja ele qual for exige geralmente vontade, tempo, transposição, técnica, talento, criatividade entre outras coisas. Geralmente, o escritor em sua infinita e incessante busca pelo prazer de apenas escrever se consome por completo, pois não existe fórmula alguma a não ser a vontade de expressar seus pensamentos.
       Os sentimentos muitas vezes escondido no âmbito da alma, nos remete ao próprio pensamento, que nada mais é que uma forma voluntária de devassar as entranhas de seu próprio ser, ou seja, é algo infinitamente particular e ímpar. Escrever é dizer o pensamento. E palavras são palavras! Pensamentos são pensamentos!
      Ao recordar tempos atrás da faculdade de Letras, me deparo com a imensidão do mundo que se abriu para meu ser. Na Literatura consegui viajar pelas emoções no espaço do tempo e com isso descobri também que nós seres pensantes se quisermos também podemos ser grandes autores de nossa própria história, seja ela inventada ou não.
     Nas antigas aulas de Preparação e Revisão de Textos sempre imaginava, quem sabe um dia  estarei lendo não só grandes textos ou obras literárias que marcaram a humanidade, mas sim também a minha própria vida, ou o rascunho dela. Pois, desde pequena gostava de escrever e sonhava em um dia escrever meu próprio livro, contando a minha própria “estória”, mesmo que ela não agradasse a muita gente. E quando conclui a faculdade me deparei com essa realidade cada vez mais próxima e me perguntei, e agora? Minha hora chegou, já é tempo não tenho mais para onde correr, ou tenho? “Pensei, já não basta mais os antigos clichês com o carimbo da felicidade, “plantar árvore”; “ fazer um filho” e “ escrever um livro?”... LIVRO? Aqui estou a escrevê-lo, para quem sabe ao menos eu possa me refazer e me encontrar através das palavras. É como já dizia Clarice Lispector: “ Minha vida é feita de esboços  inacabados e vacilantes...”
    Esse esboço de que Clarice se refere nos remete a vida que ainda está por vir, da vida que se segue e que mesmo na adversidade continua a existir e a pulsar insistentemente.
    Assim, a Literatura minha tão grande paixão tal qual é a música, me proporciona diariamente um senso crítico, prazeroso e enriquecedor ao escrever, que por muitas vezes até me assusta, pois as palavras pulsam assim como os pensamentos e não procura regras e métricas, apesar de eu bem as conhecê-la. A sensibilidade adquirida não só na vivência pessoal e concreta, me proporcionou através da leitura também uma visão mais ampla dos acontecimentos ao meu redor. As portas e janelas que a mim foram abertas lavaram a minha alma de conhecimento e sabedoria, e hoje enxergo o MUNDO com letras maiúsculas. O “tempo” senhor de tudo, muitas vezes nos presenteia com grandes acontecimentos, e assim o fez com o surgimento da música e da maternidade em minha vida.
Ah! A maternidade, nada se supera a esse grande acontecimento, um verdadeiro encontro de almas que me fez enxergar a vida com mais leveza, assim como os olhos de ressaca da “CAPITU”, descobertos e que tanto fascinavam “Bentinho”, em Dom Casmurro.
    Enfim, no processo criativo muitas vezes o autor devido a sua familiaridade com o assunto e com o texto, quase sempre comete lapsos e equívocos que ele próprio não identifica em sucessivas leituras em seu trabalho. Porém, nada se supera a emoção e inspiração do processo de deixar brotar em si as letras, as quais se derramam as palavras sobre as brancas folhas, escrevendo e descrevendo a vida.
Ensaio sobre o “Processo de Criação”...
Por Aline Braga

2 comentários:

  1. Belíssimas palavaras! Bravo! Bravo!
    Gostei muito do seu texto e confesso que até me comovi em algum trechos de muita sensibilidade e verdade.
    Vai ser sucesso,HEIN?!
    Bjs Claúdio

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  2. Oii maniinha ta arrasandoo nos textos...sou meio ruim nas palavras mas passei para te dizer que TE AMO ♥
    Bjs Irmao Lucas

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