8/31/2009

Ao chegar na livraria...

Letras e expressões – madrugada poética. (?)

O conceito de arte sempre foi um tema polêmico.Qualquer expressão é arte? Que tipo de expressão é arte? A arte tem limite? A arte tem julgamento? A arte tem manual?


Ao menos em tese, quem faz arte se questiona o tempo todo. É tudo tão relativo assim?
Dizem que é difícil saber ao certo o que é arte, mas muito fácil saber o que não é. Mas a partir da análise de quem? Sob que ponto de vista?
A introdução confusa serve para iniciar o relato pessoal (e por que não dizer desabafo?) após uma madrugada confusa, vivenciada na Livraria Letras e Expressões, no Leblon.
A Livraria Letras e Expressões é um espaço conceituado, e parecia ser um espaço onde os artistas se reúnem para trocar idéias, mostrar seus trabalhos, conhecer pessoas novas e interessadas em discutir cultura. Parecia ser. Não é.
O que eu encontrei na famosa e "cult" madrugada poética é preocupante.
Ao chegar na livraria, me deparei com um pequeno palco, rodeado de pessoas de todos os tipos. As pessoas falavam alto (e, por que não dizer?, gritavam), mesmo tendo um microfone; exaltadas, veneravam um autor-ator (!?) presente, que fazia gracinhas para seus "fãs".
Inevitavelmente deslocada, tentei ficar no canto, sentindo uma profunda vergonha do alheio.
Descobri que havia um café no segundo andar, me desloquei para lá. Relaxei, bebi e comecei a prestar atenção ao que estava sendo lido e de que maneira estava sendo lido.
Os "artistas" presentes, num ato desesperado (e agressivo) em busca de atenção, performatizavam a poesia (de rimas pobres e conteúdo duvidoso) da maneira mais esdrúxula possível, provocando gargalhadas em mim (a deslocada) e profunda admiração nos demais presentes.
Mas se engana quem acha que tive prazer com isso. Ri sim, e muito.
Mas depois, aos poucos, comecei a refletir o sobre aquele “espetáculo”.
Mais do que a pergunta principal: "O que estou fazendo aqui?", ficou a pergunta: "O que eles estavam fazendo ali?"
Puro nada.
Ego, ego e ego.
Status, ânsia de mídia, extremo vazio de reflexão.
Eles interpretavam em frente a um espelho, sendo uma superficialização de si mesmos.
Ao sair do evento, só consegui ter a impressão de que algo vai mal, muito mal.


Leia mais sobre o assunto:
Acesse o link : http://www.oucritica.blogspot.com/

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